Ela entrou na sala, sorrateira, e observou-o por um instante. Ele estava sentado numa poltrona saboreando um velho Neruda.
- Posso? – perguntou matreira, enquanto encostava-se em um móvel de madeira.
O rapaz levantou os olhos do livro um momento.
- Conheço esse olhar. O que quer fazer comigo?
- O que quero fazer com você? Nada - disse, fazendo beicinho. – Só quero sentar no seu colo e te dar muitos beijinhos.
Ele olhou para o livro, olhou para a namorada e voltou-se para o primeiro:
- Neruda, com licença, agora é a vez da minha garota. – Olhou para ela e disse: - É todo seu.
A moça aproximou-se esbanjando charme e acomodou-se em seu colo. Segurando abaixo do queixo dele, ela o beijou discretamente muitas vezes seguidas, mas nem por isso menos ardente.
- O que está fazendo? – ele a interrompeu em dado momento.
- Estou brincando com você.
- E que brincadeira é essa?
- É aquela “vai, mas não vai”. – Ela mantinha a boca aberta perto da sua, às vezes até encostava seu lábio inferior no dele e constantemente respirava via oral, mas não o beijava. E ele ficava só na expectativa.
- E o que você acha que vai acontecer comigo?
- Hum... Acho que vai ficar animado.
- E o que vai fazer quando eu estiver?
- Vou te chamar pra irmos pra um lugar mais confortável do que esta cadeira.
- E para quê?
- Pra te abraçar melhor, te tocar melhor, te beijar melhor.
- Você é uma loba muito má, sabia?
- E você é meu chapeuzinho vermelho. Agora vamos brincar?
- Claro, minha lobinha. Estou adorando essa brincadeira. – Enlaçando-a pela cintura, ele a beijou com vigor e paixão.
- Então vamos começar!
E ambos brincaram a noite toda sem a interferência da vovó ou do caçador.
3 comentários:
Adorei o seu texto!
Essa loba tem personalidade...assim como a escritora!
Bjs
Luciano
Loba surpreendendo...
by K.R.S. Porlaneff"
Gostei, parabéns.
Coloquei nos meus favoritos.
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