segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Prece do Escritor


Eis meu lápis à mão.
Estou aqui, defronte ao papel,
Disposto a trabalhar.
Inspiração, vinde em meu auxílio!
E que eu esteja alerta para perceber-te
Até na ideia mais ínfima
Pois toda ideia pode ser lapidada e desenvolvida.
Mas, se não puder, só saberei se tentar.
E que eu não receie em tentar!
Que meu amor pelas letras
Seja renovado todos os dias
A cada linha lida ou escrita.
Que o lápis ou a folha em branco
Jamais configure um obstáculo
Mas sim uma oportunidade de disseminar ideias
E promover crescimento.
Por fim, que eu use meu dom para contribuir
Com a constante evolução humana e social.
Assim seja.

Vinte e Sete de Fevereiro de 2012

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Poema em Letras Avulsas

Foto: Sophie Rata

Umidades transbordantes. Sedes que se afogam.
Felicidades chegam em ponto. Pontualíssimas.
Humores clamam. Amores a se encaixar.

Distrações geladas. Talvez sejam de chocolate.
Conversas dispersas. A imensidão se perde no pensar.
Receitas impressas. Nós, despidos, a cozinhar.

Cometas no canto dos olhos. Sorrir íris n'algum pedido.
Quereres todos. Prazeres múltiplos e inexprimíveis.
Saberes sentidos. Leituras oníricas. Ou talvez telepáticas.

Letras, avulsas e arteiras, a digitar. Ósculos e amplexos.
Vírgulas, pontos e reticências a poemar.

Onze de Fevereiro de 2012

sábado, 4 de fevereiro de 2012

As Três Rosas

Este texto é totalmente fictício e de autoria minha, qualquer semelhança com lendas reais é mera coincidência. Espero que gostem. Kissus!



         Reza uma lenda antiqüíssima e longínqua, de um lugar sem nome nem espaço, que o tempo converteu-se em três rosas.
         A primeira rosa nasceu seca. Era o passado. Nada nela poderia ser mudado ou revivido. E o homem foi aconselhado a pô-la em um saquinho plástico e guardá-la dentro de um livro estimado.
         A segunda rosa veio macia e perfumada. Suas pétalas curvavam-se delicadamente, encantando os olhos. Era o presente. O homem, embevecido, foi orientado a deixá-la sempre ao alcance dos olhos e das mãos para lembrar-se de que ela era uma dádiva a ser preservada. Enquanto ele a alimentasse de vida, poderia contemplar sua beleza e inebriar-se com seu perfume.
         A terceira rosa era feita de material etéreo, como um sonho. O homem podia vislumbrá-la em seu coração, mas ela lhe era intangível. Esta rosa o homem foi amorosamente aconselhado a deixar com o Universo. Triste, ele não soube disfarçar sua resistência àquela ideia. Então o Amor veio acolhê-lo com estas palavras: “Constrói teu presente e estarás edificando teu futuro. Este será o resultado do primeiro. Portanto, se queres saber como será teu futuro, observa teu presente. No mais, serena teu espírito e cuidas da rosa viva que te foi confiada”.
         Então o homem voltou para casa com a rosa do passado e a do presente.  Prometeu-se – ainda que sem muita firmeza – que esqueceria a terceira rosa. Repetia-se em balbucios que, se cuidasse do presente, o Universo zelaria pelo futuro. E assim se fez.

Três de Fevereiro de 2012