Os beijos se
foram. Não, os beijos ficaram. Mas deveriam ter ido, assim como você partiu. Ou
deveria ter partido no exato instante em que terminamos.
Terminamos? Então
por que insisto em lembrar-te? Lembrar... Como lembro. Esquecerei um dia? Por certo,
mas ainda não.
Penso em você com
carinho. Às vezes, com raiva. A contradição do término. Mas toda contradição se
dissipa. Disssipa?
A mente sabe o
que quer. O coração, o que deseja. Eu, embebida n’ambos, entendo o que sinto. Se
sinto, é porque senti três vezes mais algum dia. Mas não quero sentir mais. Não
por você.
Esquecê-lo
tento. Quanto mais tento, lembro.
O que me resta é escrever. Desaguar por
estas linhas sentimentos evidentes ou marginais para que saiam de mim. Reconheço-os,
mas prefiro que partam.
Pretendo terminar
a faxina em breve. Deixar o quarto arrumado e limpo para o novo inquilino. Costurar
mais alguns retalhos à colcha para aquecer melhor o Amor, que virá.
Leve a dor desta
saudade com você. Quero ficar apenas com as lembranças boas.