sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O Ano se Vai feliz

Despeço-me de 2011 feliz, pois sei que aproveitei bem o ano. Tive alguns escorregões, algumas recaídas, sucumbi à autossabotagem várias vezes, mas tenho certeza que 2011 foi realmente um ano novo pra mim. Li livros que me fizeram mudar a maneira como me enxergava, conheci pessoas que me incitaram a mudança no pensar, descobri a poesia da mente, do corpo e do coração, e isso se refletiu em meus trabalhos. Foi um ano de metamorfoses ambulantes. E como foi! Adentrei florestas e saí de tocas; chorei rios e vi dias ensolarados de autoconhecimento.
Por isso, para 2012, não peço nada extravagante. Peço um olhar diferente, uma visão mais cheia de amor e gratidão. Quero simplesmente criticar e julgar menos. Libertar a luz que existe dentro de mim para ver a luz que habita o outro.
Então, que em 2012, sejamos mais luz, a luz do amor e da gratidão!
Plenitude para toda a humanidade em nós!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Diálogos Internéticos na Literatura


         A Internet veio. Trouxe a praticidade e encurtou distâncias. Uma maravilha da revolução tecnológica! Mas nem tudo é perfeito.
         Se por um lado o computador e os programas de edição de texto pouparam-nos tempo e alguns dedos doloridos (outrora escravos da velha máquina de escrever mecânica), a Internet tirou toda a poesia dos diálogos com os programas de mensagens instantâneas. Para o dia a dia, confesso ser prático (praticidade é a palavra de ordem), mas para a literatura, perde a cor.
         Como escritora, sou adepta daqueles encontros furtivos, de diálogos sobre a relva ou de frente para o mar. Sim, sou romântica, gosto de romances históricos. Tento preservar sua poesia nos romances contemporâneos.
         Sejamos bem sinceros conosco mesmo, diálogos internéticos transcritos num romance parecem um peixe fora d’água. Além de quebrar o clima do gênero. Transcrevendo-os em forma de narrativa, perde-se o dinamismo de uma conversa. Colá-los exatamente como aparecem na tela do micro é como pôr um adesivo no meio de um desenho feito à mão. Pelo menos é essa a impressão que tenho.
         E cá estou eu escrevendo um romance e me deparo com este tipo de diálogo, sem saber como encaixá-lo de forma poética em minha prosa.
         Fico a pensar: o que será dos novos escritores neste mundo onde os diálogos próximos estão cada vez mais distantes e menos poéticos? A saída será o saudosismo?
         Enquanto a resposta não vem, vou ficar aqui queimando minha criatividade para ver se recebo alguma solução via sinal de fumaça.

Vinte e cinco de dezembro de 2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sinto Muito, Noel


Começo este texto sem palavras na boca. Ou talvez seja o excesso delas que me furta a inspiração.
Este foi um ano sem precedentes (pelo menos que me salte à memória). Eu não vejo, sinceramente, o que pedir a Papai Noel. Talvez um pen drive de 8GB (risos!). Mas se o objeto não vier, tenho algo mais consistente: o amor. Este sentimento veio em plenitude este ano, soprado por corações de amigos, tanto novos quanto imemoriais, e por um coração especial que muito me ajuda a crescer. Assim sendo, sinto muito, Noel, mas não tenho o que lhe pedir neste Natal. Traga a guitarra que minha sobrinha quer. Talvez seja melhor não. A menos que traga um headfone pra mim (risos!).
Quero agradecer a todos que fizeram parte da minha vida em 2011 e compartilharam momentos importantes da minha vida comigo. E das suas vidas também. E agradeço ao Universo por tudo que ri, chorei, descobri, redescobri, aprendi e amadureci neste ano. Posso dizer que foi um ano de reencontros comigo mesma. E a única coisa que posso pedir para o ano de 2012 é que eu me encontre ainda mais e que estes amigos e os que ainda se escondem no porvir possam compartilhar mais um ano pleno comigo!
Obrigada a todos!
Feliz Natal e um Ano Novo de Plenitude!
Abraço!

Pétala de Saudade



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Poética Bruteza

O diamante bruto.
Você não imaginava que ele
Fosse tão bruto assim. Nem que tivesse
Tantas arestas afiadas. Mas ele tem também
Muitas frestas por onde sai seu brilho singular,
Seu amor. Este brilho compensaria os cortes?
Não cabe ao diamante dizer. Só quem sangra
Pode saber. Este brilho proporciona-lhe cura?
Em caso afirmativo, então o sangue coagulará
E refletirá em brilho nos olhos. O diamante
Bruto corta tentando polir-se. E
Porque te ama. É exatamente
Por isso que ele quer
Se tornar
Polido.

Nove de Novembro de 2011

sábado, 3 de dezembro de 2011

Monólogo de Uma Saudade


         Não sei que sentimento me toma hoje. Ou talvez saiba. Talvez seja uma saudade doída. Daquelas bem bravas que parece dilacerar o coração do homem. Pobre coração imaturo! Ensaia um sofrimento tão desproposital quando não estás aqui. Quando nem em pensamento estás sólido, presente. Minha mente tenta, mas a saudade torna-te tão pueril. Necessito-o em suor e emudecimento. Os pensamentos me escapam das mãos. Devaneios, como água, escorrem por entre meus dedos tortos. Se tudo isso é saudade, nunca senti uma saudade tão gostosa como o fel. Um clarão na noite de um terrível paradoxo. Que queres com esta tua ausência? Extrair uma chuva torrencial na secura de minhas palavras? Pois confesso-te que consegues. Nada consigo fazer além de escrever palavras secas e úmidas. Verbetes ousados que desmentem a felicidade fingida. Os mesmos verbetes os quais manipulo numa tentativa fracassada de persuadi-lo de que estou bem. Mas tende certeza: se estas palavras cristalizam minhas lágrimas em tua presença distante, com quanto mais loucura meu coração saltará aos lábios quando tua ausência tornar-se próxima.

Trinta de Novembro de 2011