domingo, 27 de março de 2011

Alma Desnuda

         Eu sei bem o que é isso. E tanto sei que tenho medo que seja realmente o que eu estou pensando. É uma coisa boa, mas não é tão boa assim. Pelo menos para os poetas de alma e mente como eu.
         [Sorriso forçado] O bom não deveria apresentar nuances de cinza, né? Deveria ser totalmente azul e brilhante. Um lindo azul-turquesa. Amo-o! Aquele tom meio esverdeado dá uma beleza singular à cor.
         [Suspiro] “Por que queremos uma coisa e tememos seu êxito?” é a pergunta que me faço incansavelmente. E a resposta que me veio neste momento foi: a felicidade é mais assustadora que a morte, mas a queremos com a mesma intensidade que desejamos evitar o desenlace.
         Eu não gosto de pensar que estou repelindo isso por ter um medo absurdo e despropositado de ter júbilo. Meus pensamentos medrosos e pessimistas não podem estar impedindo que meu sonho surja no horizonte. Mas se estiverem, e é bem provável que estejam, eu me sentiria ridícula por estar me auto-sabotando.
         Como uma poetisa pode ter medo de amar, ou melhor, de ser feliz no amor? Por que assumi a crença de que "todo poeta só é grande se sofrer"? Será que o devaneio torto de algum romântico mal-amado merece ser convertido em lei?
         Ai, eu me dobro e desdobro em perguntas das quais temo respostas felizes, O que farei com toda tristeza existente em mim? Ela foi minha companheira durante tantos anos. Não sei como mandar: "Pegue suas coisas e vá embora". E se a felicidade não for todo este júbilo que promete? Como vou lidar com seus entremeios de desventura?
         Alguém tire este medo do meu coração! Por favor... [Lágrimas].


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