quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ode ao Amor que Nunca Hei de Amar

Já o amo, mas o amar sucumbirá sem ser amado.
O objeto de afeição, tão puído, esfarelará.
O tinteiro para qualquer ode nunca usado.

As palavras apenas imaginadas
Sumirão do papel que jamais tirei da gaveta.
A árvore, sua mãe, a gestá-lo não chegou.

A ideia nasceu destinada a perecer
Tão logo atingisse a consciência.
Se me ponho a escrever,
Esvai-se a sapiência.

A semente estrangulada é.
A ode que deveria advir destas linhas
Morre sem ser proclamada.
A arte é mesquinha.