terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Adeus


Hoje pensei em você. Pensei, mas não deveria ter pensado. Estou tentando esquecê-lo, afinal de contas.
Hoje chorei lembrando um gesto seu, mas não queria ter chorado. Quem chora sente saudade. Quem sente saudade quer o ser objeto de seu saudosismo perto outra vez.
Hoje e nos últimos dias desejei trazer você de volta para minha vida, mas não deveria querer. Você me traz mais angústia do que alegria.
Hoje sonhei com seu beijo, mas não queria sonhar. Quem sonha quer realizar e eu não devo beijá-lo de novo.
Amanhã, depois de amanhã e para sempre quero conseguir tirá-lo do meu pensamento.
Amanhã e num futuro breve quero conseguir deixá-lo no passado.
De agora em diante e para sempre quero que seja uma lembrança de um momento bom, nada além disso.
Adeus!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Catavento de Mudanças


"Os ventos da mudança estão soprando. Que fique e pouse em minha alma apenas as coisas boas." (Sara Regina Carvalho)

Meu peito está aberto. Abri-o recentemente para receber as mudanças. Apresentaram-me e prometeram transformações para melhor. 
Meu coração está sereno e confiante. Já consigo ver uns brotinhos de um verde brilhante onde antes era um terreno seco.
Pediram-me para regar estes brotinhos. Afinal, eu tinha que fazer alguma coisa! Nada cai de graça do céu. E eu tenho que fazer a minha parte.
Já estou começando a perceber um princípio de mudança e desejo e trabalharei para que os brotinhos cresçam e ganhem raízes fortes, solidificando as mudanças em minha vida.
Portanto, quero dizer... Estou pronta!
Que venha uma nova vida! Que venha a felicidade!


sábado, 15 de janeiro de 2011

Texto do Autoperdão


Eu me perdoo por todas as vezes nas quais não disse o que realmente sentia;
Eu me perdoo por ter me apaixonado tantas vezes e com tanta facilidade;
Eu me perdoo por todas as vezes em que contive um grito de alegria;
Eu me perdoo por não saber me defender de críticas e humilhações;
Eu me perdoo por não suprir minhas carências e esperar que os outros façam isso;
Eu me perdoo por todas as vezes em que desperdicei a oportunidade de fazer um amigo;
Eu me perdoo por todas as vezes em que não conclui algo;
Eu me perdoo pelas vezes em que deixei a preguiça me dominar;
Eu me perdoo por deixar de fazer muitas coisas 
por ter medo ou vergonha do que os outros irão pensar;
Eu me perdoo por ser tão introvertida;
Eu me perdoo pelas vezes em que perdi a esperança;
Eu me perdoo pelas vezes que fuji de uma situação difícil;
Eu me perdoo pelas "n" vezes em que tentei afundar minha tristeza numa lata de brigadeiro;
Eu me perdoo por levar as coisas tão a sério;
Eu me perdoo por confiar tanto nas pessoas;
Eu me perdoo por sonhar com um amor romântico nos dias de hoje;
Eu me perdoo por não gostar de fazer exercícios físicos;
Eu me perdoo por não saber dizer nem receber um não;
Eu me perdoo por todas as vezes em que entrei num relacionamento
só porque estava sozinha e carente;
Eu me perdoo por todas as promessas que fiz a mim mesma e não cumpri;
Eu me perdoo pelas vezes em que não defendi as pessoas que amo;
Eu me perdoo por todas as vezes nas quais me senti rejeitada;
Eu me perdoo por não saber pôr limites nas relações;
Eu me perdoo por muitas vezes não ter coragem para discordar;
Enfim, eu me perdoo por tudo que fiz e por tudo que deixei de fazer.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Capitão Nascimento Já Foi Magali

É, pra quem não sabe, eu já me enveredei pelo lado do humor. Este texto é de 2008, mas é bem legal. Espero que gostem. Beijos!



Capitão Nascimento Já Foi Magali

Capitão Nascimento está comandando a tropa de elite em uma missão muito arriscada na favela da roçinha quando seu celular toca. Ele esbraveja contra o celular e continua escondido. Alguém da tropa pede para ele atender o celular antes que os bandidos o ouçam e os encontrem. Então o Capitão Nascimento pega o celular no bolso.
- Alô? Fala logo que eu tô ocupado.
- Oi, meu amor. Sou eu, Alex. Lembra de mim?
- Amor?! Eu sou espada!
- Magali, meu amor, você esqueceu de mim?
- Que Magali! Eu sou o Capitão Nascimento!
- Não acredito que você me esqueceu em três anos.
- Alex, né? Eu nem te conheço, Alex! – Capitão Nascimento desliga na cara de Alex.
Ao chegar em casa, Capitão Nascimento abre a porta de seu armário e lá no fundo pega uma caixa. Observa as roupas, os sapatos e a peruca castanha encaracolada. Lembra-se dos amigos daquela época.
- Edu, Fred, Beto, Alex, tenho saudade de vocês. – Uma lágrima escorre. Barulho de botas se aproximando o fazem conter o choro. Ele esconde novamente a caixa no armário.
- Capitão – um soldado entra no quarto.
- O que foi, soldado?
- Tem um cara lá embaixo dizendo que quer falar com o senhor de qualquer jeito.
- Quem é?
- Ele disse que se chama Alex.
- Alex?
- Isso, senhor. Posso deixar entrar?
- Deixe.
- Ok, senhor. – O soldado se retira.
- Recordar é viver – sussurra Capitão Nascimento. Novamente ele tira a caixa do armário. Arruma-se de Magali e espera sentado na cama de pernas cruzadas.
A porta se abre. Alex entra no quarto, afoito.
- Magali, meu amor!
- Alex – ela vira o rosto delicadamente.
- Que saudade, Magali!
- Eu também, Alex.
No dia seguinte, Capitão Nascimento abaixa-se para pegar o jornal na porta e eis que na primeira página:
A Magali do Programa Sexo Frágil
É o Capitão Nascimento
- Quem foi o filho da mãe? PEDE PRA SAIR! PEDE PRA SAIR! – Ele sacode o jornal.
Capitão Nascimento liga para a Tropa de Elite dizendo que está muito doente e não poderá ir trabalhar.
Deita-se na cama com uma bolsa de água na cabeça e um termômetro na boca, todo enrolado.
Alguns soldados vão visitá-lo.
- Capitão, o que o senhor tem?
- Deve ser virose.
- Será que não é dengue?
- Pode ser. Aquelas ruas da roçinha tem tanto buraco.
Um dos soldados encontra o jornal no criado-mudo e pede pra ver o caderno de esportes.
- Não! – exclama Capitão Nascimento.
- Por que? É rapidinho.
Capitão Nascimento começa a suar frio.
- Capitão, o senhor tá mal. Tá até suando.
- Deve ser a febre – ele disfarça.
O soldado se choca ao ver a manchete da primeira página.
- Capitão, por que não nos disse?
- Dizer o quê, soldado?
- Que o senhor era a Magali daquele programa Sexo Frágil.
- Não gosto de falar da minha vida particular.
- Ai, Magali!!! – diz outro soldado.
Capitão Nascimento fica irado com a gracinha e esbraveja:
- PEDE PRA SAIR, SOLDADO! PEDE PRA SAIR!
- Vou sair, capitão.
- E você, o que tá olhando?
Os dois soldados saem na carreira.
Capitão Nascimento pega o celular. Procura Wagner Moura na agenda e liga para ele.
- Você viu o jornal de hoje?
- Não. O que tem?
- Eu sou a manchete da primeira página!
- Que bom, Capitão Nascimento.
- Bom? Estão dizendo que eu era a Magali do Sexo Frágil! Onde vai ficar a minha reputação de capitão da polícia militar?! E a culpa é sua!!! Por que você foi interpretar a Magali?
- Eu adorava fazer a Magali.
- Pior que eu também. – Capitão Nascimento chora.

Lágrimas Que Se Vão

Este texto é meio antiguinho (2008), mas fiquei tão feliz em encontrá-lo que decidi compartilhá-lo com vocês. Beijos!




Lágrimas Que Se Vão

O escritor calou-se, deixou cair a caneta bico de pena sobre o papel. Automaticamente perguntou, não sabia bem a quem, se ao vento que entrava naquele momento pela janela, se à gueixa ou a ele mesmo: “Mas como as suas lágrimas se vão comigo?”. A caneta, ficando de pé, escreveu no papel o seguinte: “Você me deu um amor”. Assustado com o momento de vitalidade que a caneta acabara de viver, o escritor leu o que tinha escrito até então.
A gueixa olhava as cerejeiras em flor da janela de seu quarto. Estava pronta para mais uma apresentação. Faltava apenas alguns minutos para descer e ir entreter os cavalheiros. Seu desejo mais íntimo, velado para outrem, era estar sob uma daquelas cerejeiras em flor com alguém que a amasse com suas inseguranças e medos, como o casal que ela via da janela.
Alguém veio chamá-la e ela desfez-se de seus sonhos. Os cavalheiros queriam vê-la esbelta e com o semblante resplandecendo alegria. Só podia sofrer abertamente em suas horas de descanso. Durante a apresentação, só podia mostrar alegria, não importando se fosse falsa ou não – bastava ser convincente.
Subindo ao palco, a gueixa soltou seu canto de sereia, tinha uma voz suave e melodiosa. Dançava com sensualidade, em movimentos delicados e femininos.
Um cavalheiro em especial olhava-a com um olhar diferente do olhar dos demais. Ele olhava-a na alma, jogava-se pela janela de sua alma: seus olhos. A gueixa percebeu seu olhar penetrante, a circunstância, entretanto, impedia-lhe de dar atenção a apenas um cavalheiro.
Ao final da apresentação, a gueixa subiu novamente ao quarto que lhe servia de camarim. Sentou-se diante da penteadeira e começou a retirar a maquiagem. A porta foi aberta lentamente, o que fez ecoar no ar um barulhinho. O cavalheiro que a olhara com outros olhos estava ali, parado na porta, olhando-a com o mesmo olhar singelo e terno.
A gueixa pediu que se retirasse. O conhecia de outros tempos, de um passado em vias de ser esquecido. Ele continuou parado na porta, baixava a cabeça e levantava, algo engasgado queria sair. Ela insistia para que ele saísse. Ela levantou-se, tencionava fechar a porta, deixá-lo parado diante da porta fechada. Ele falou-lhe no último minuto, se não fosse naquele momento, perderia a coragem de tentar em outra ocasião: “Perdoe-me. Perdoe-me por ter sido um covarde. Suas palavras me assustaram, por isso não disse o que realmente sentia. Eu a amo”. A gueixa deixou escorrer uma lágrima por sua face ainda branca do pó de arroz. Ele a abraçou e beijou-a. 

O escritor pegou sua caneta e escreveu no papel: “Este amor sempre foi seu, eu apenas o revelei aos seus olhos e ao seu coração”. A caneta não mais mexeu-se sozinha, mas em seu coração o escritor sentiu a felicidade da gueixa.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Quero Ouvir Você Dizer














- Você me ama? - pergunta o rapaz.
- Não - responde a menina tranquilamente.
- Não? Como assim não?
- Não.
- Mas eu sei que você me ama.
- Então por que pergunta?
- Porque eu quero ouvir você dizer.
- Mais do que eu digo?
- Quando?
- Sempre.
- Não. Não diz.
- Digo sim! Nos meus olhos, na minha boca, nos meus beijos, nos meus telefonemas, nos meus carinhos. Você ainda quer que eu diga mais?
- Eu quero ouvir as três palavrinhas: "Eu te amo". É tão difícil assim?
- Ow Meu Deus! - Ela acarinha seu rosto. - Eu te amo, seu bobo! Te amo muito e digo isso a cada segundo, você só precisa perceber os sinais.
- Eu também te amo, minha linda! E não me canso de dizer isso. Só queria ouvir você dizer mais vezes.
- Vou pensar no seu caso.
Ambos beijam-se com ternura e os olhares que trocam revelam o amor recíproco que os une.

As Respostas



Tentei encontrá-las nos outros lugares. Busquei nos livros, nas pessoas, nas placas de cada esquina da minha vida, mas não obtive sucesso. Disseram-me então que estavam dentro de mim. Porém (maldito porém!), estavam dentro de um emaranhado ao qual eu não tinha acesso.
Imaginem dezenas, centenas de fios que se entrelaçam numa confusão sem fim. É no meio desse labirinto que as minhas respostas estão. E eu poderia vir simplesmente com uma tesoura e cortar todos eles. Poderia, não posso. Cada fio representa um pensamento ou um sentimento que eu não posso exterminar de maneira tão abrupta.
Sim? Não? Talvez? Quem sabe. Seguir em frente ou voltar pelo caminho já percorrido?
Parece que estou cercada por uma densa neblina e não consigo ver o que tem escrito nas portas ao meu redor. Então ajoelho no chão e dou de cara com um amontoado de fios. Procuro desesperada pela ponta para desfazer toda esta confusão. Cadê? O volume é pesado, mas não encontro o fim nem o começo de nenhum dos fios.
Acho que o único jeito será trazer o ventilador. Assim a neblina dissipará e eu terei mais sucesso na busca pela ponta do fio. E poderei, enfim, ver em qual porta está a plaquinha com o nome "Felicidade".

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Uma Carta de Amor Sem [Muita] Melação



           Oi! Beleza?
           Tipo, eu te acho muito legal! Sério mesmo! Apesar de às vezes você ser meio meloso.
         Eu já percebi que você está na minha, mas... Sei lá! Tenho medo de ir para o próximo nível. E acho que você já percebeu isso e continua levando o nosso rolo como está: só ficando de vez em quando.
         Só que eu ando sentindo umas coisas meio estranhas. Tipo, não sou de palavras bonitas, mas minha melhor amiga disse que estou apaixonada por você. Eu não sei explicar. Nunca senti isso na minha vida, mas eu tenho necessidade de você, da sua boca, do seu beijo, do seu abraço.
         Isso é tão constrangedor! Eu não devia estar aqui revelando tudo isso! E se depois dessa baboseira toda de amor você me der um pé na bunda? Eu tenho uma reputação a zelar!
         Eu nunca fiz o tipo romântica e eu tenho medo de me envolver e sofrer. Acho que isso é um mal do todas as mulheres! Por isso eu sempre peguei e caí fora quando um dos dois parecia estar começando a se envolver. Mas dessa vez fui pega desprevenida. E mesmo tendo medo, eu quero namorar você. De verdade! Passar mais de um mês juntos, levar você lá em casa, apresentá-lo a minha mãe.
         Sabe, minha melhor amiga disse que o amor liberta e que eu só vou perder esse medo de me apegar quando eu me envolver com alguém. E me sentir maior, com os horizontes ampliados, ao invés de me sentir presa.
         Aff, esse tal de amor é complicado! Mas o pior é que estou gostando da sensação.
         Bom, agora que eu já paguei o mico de vir aqui te dizer tudo isso, eu lanço a bola pra você.
         Beijos!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Recado para 2011



Oi, 2011! E aí?
Este ano eu quero me divertir horrores!
Quero aproveitar o lado bom da vida e do amor!
Que venham os beijos, os abraços, os amassos...
O único homem que pode me fazer chorar este ano
É algum da família. E se estiver à beira da morte!
Quero curtir todas as festas, quero me soltar!
Que minha língua destrave e eu fale com todos
Os carinhas que me interessar.
Que meus amigos aumentem em número e qualidade!
Exijo que a liberdade seja minha companheira fiel
E que eu bata o mundo e o fundo!
Seja eu autossuficiente e segura
E que eu esteja sempre alegre mesmo morrendo por dentro!
Então 2011? Acha que consegue cumprir tudo?
Prepare-se para morrer se não conseguir!
Beijos!