domingo, 20 de março de 2011

Declaração à Língua

         Amo o português (o idioma) pelo simples prazer de amá-lo. Reconheço, sim, eu reconheço suas complexidades. Mas você, que percorre estas linhas, vai me dizer que não sente um indubitável deleite ao ler um texto um tanto quanto romanceado, onde frases bem vestidas e elegantes bailam sobre o papel?
         Eu confesso – em qual mídia você quiser, ou mesmo oralmente – que às vezes as ideias surgem tão freneticamente em meu pensamento consciente que sou acometida por uma leve (para atenuar meu pecado) preguiça. Porquanto, deixo a mão correr livre e não me preocupo em elaborar melhor as orações.
         Sinto meu rosto enrubescer diante da vergonha por tal hábito, mas preciso reconhecer: estou dando um péssimo exemplo, principalmente por encontrar-me na condição de escritora.
         O português, apesar de às vezes – quase sempre – eu não lhe dar a atenção e o carinho devidos, sabe que eu o amo com toda a força do meu ser. Sabe, outrossim, que nada vai furtar o brilho dos meus olhos e o júbilo de minh’alma ao escrever um texto como este ou qualquer outro feito com amor.
         Antes de escrever o último ponto, quero agradecer-lhe por fazer-me companhia há já metade de minha vida. Crescemos bastante juntos e esta situação perpetuar-se-á. Ponto final.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo, lindo, lindo! *-* Textos metalinguísticos sempre me encantam... este, além de tudo, supreendeu-me bastante!
"Sabe, outrossim, que nada vai furtar o brilho dos meus olhos e o júbilo de minh’alma ao escrever um texto como este ou qualquer outro feito com amor." *-* Adorei!
Parabéns, Sara!

Abraços do @poemasavulsos.