sexta-feira, 17 de junho de 2011

Bambu Verde

         Imagine um bambu verde. Ele se curva para frente e para trás ao sabor do vento, mas não se quebra. Flexível, cede quando é preciso. A amizade verdadeira é assim. O vento seria as verdades que lançamos sobre nossos amigos e nós o bambu.
         Cada pessoa esconde algo do mundo (ou grande parte dele), seja por vergonha ou medo. Eu tenho uma coisa que guardo para mim. Garanto que você também. Mas se a amizade for verdadeira, a revelação do segredo só a fortalecerá.
         Eu confio muito nas pessoas. Algumas logo de cara. Porém, tem uma coisa – uma só – que eu demoro a partilhar, pode ser quem for. Talvez por medo de me sentir diminuída ou que a pessoa me trate como uma vítima da vida. É uma coisa física da qual não posso me desfazer. Talvez numa próxima vida, se ela existir. E, se você for meu amigo de fato, vai saber o que é um dia, talvez até já saiba.
         Voltando ao assunto, a amizade verdadeira, baseada no afeto sincero e no respeito mútuo, é extremamente resistente. E, assim como o bambu verde, é a sabedoria em ceder nos momentos em que o vento bate (compreender e respeitar as divergências) que lhe confere esta força. Então não vai ser uma coisa ou outra que vai destruí-la, precisa ser um tufão para consegui-lo.
         Eu estou aberta para os segredos. Sou um confessionário ambulante. E, se permitir, eu quero que seja um dos meus confidentes oficiais também.

Um comentário:

Anderson Meireles disse...

É, minha querida, uma amizade verdadeira deve resistir ao tempo das horas e ao tempo dos tufões!
E o ideal é que ela seja cultivado sobre uma estrutura inquebrável.
Abraço!