domingo, 22 de maio de 2011

Carta Para Minha Criança Interior

Eu sei que não começamos bem. Na verdade, naquela época, eu nem sabia como deveríamos começar. Então vamos voltar ao ponto de partida? Lá vai!
Oi. Tudo bem? Meu nome é Sara. Você quer ser minha amiga? Eu gosto de escrever textos sobre o amor e a amizade, e às vezes sobre sentimentos tristes também, gosto de brigadeiro de colher, gosto de desenhar, gosto de assistir desenho animado, ficar na internet e escutar música. Também gosto de sentir a força das árvores quando estou triste e de escutar o barulho do mar, mas nunca mais fiz isso. Bom, tenho vergonha de dizer isso, mas também gosto de pensar em voz alta, cantar enquanto caminho na rua e abraçar meu ursinho. Ah, você gosta dessas coisas também? Que bom! Do quê eu não gosto? Bom, não gosto de ser acordada, nem de gente me dando ordens: "Faça isso! Faça desse jeito!". Também não gosto quando falam comigo com aquele ar superior, nem quando mexem nas minhas coisas sem minha permissão, nem quando tentam entrar no meu universo à força. Não entendeu? Pessoas assim são aquelas que querem saber seus segredos e pensamentos à todo custo e para isso elas ficam te importunando com perguntas cujas respostas você não quer compartilhar com elas. Eu não gosto de brigas, nem de magoar as pessoas, e por isso eu sofro, pois não consigo colocar certas pessoas em seu devido lugar. É, eu não sei me defender. Você também é assim? E por isso não rebateu minhas críticas e ordens? Desculpe-me. Eu não aprendi  a lidar com crianças. Você ficou com medo de mim? Eu entendo. Eu deveria ter sido mais paciente e tolerante com você. Deveria ter te incentivado e te segurado quando você caísse. Eu quero mudar, acredite. Quero amá-la e cuidar de você. Venha, segure minha mão e vamos caminhar juntas. Como grandes e melhores amigas.

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