quarta-feira, 25 de maio de 2011

Amor Realista

Um romântico dificilmente deixa de ser romântico com o escoar do tempo. Todavia, a experiência (não confunda com idade) atenua seus delírios utópicos. Afinal, o romântico nada é além de um sonhador que almeja um relacionamento o mais perfeito possível. E a experiência mostra como as coisas acontecem nesta dura realidade. 
Você dificilmente vai ouvir um "eu te amo" num passeio de barco numa manhã ensolarada, mas provavelmente quando seu corpo estiver cansado à noite e seus olhos insistindo em se fecharem. É claro que nós, românticos, relutamos contra esta ideia. Queremos algo especial (lê-se mágico).
Não obstante todo o seu romantismo, você se apaixona por um realista. Aquele que quer dizer que te ama quando você está querendo dormir, que mela seu nariz de sorvete quando você teve todo aquele trabalho para se maquiar, que te coloca de cabeça pra baixo nos ombros dele, que te joga no lago mesmo você declarando aos quatro ventos que fez chapinha e implorando pra ele não fazer isso, que morde seu nariz, de levinho, mas morde, que não atende todas as suas ligações e passa dias sem dar notícias, que ri quando seu salto quebra ou você tropeça. Ele não é o homem que você almejou: cavalheiresco e amável todo o tempo. Mas você gosta de estar ao lado dele e sente profundamente sua ausência.
Você tenta ser realista para entender o mundo dele. Só que seu romantismo é muito forte e você sucumbe. Talvez a máxima "os opostos se atraem" esteja certa. Você só tem certeza que ele tem o que lhe falta e vice-versa. Talvez enfim você tenha encontrado a sua outra metade. Quem sabe. Eu, como uma boa romântica, desejo que sim. Boa sorte.

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