Palavras
livremente inspiradas em Osho
A
não-seriedade é mais difícil do que a seriedade. A não-seriedade implica
leveza. E leveza é desapego. Desapego do sol e da chuva; desapego das
conquistas e das frustrações; desapego da seriedade e da produção. Desapego da
ideia de estar fazendo uma coisa útil a cada segundo do dia, caso contrário foi
um dia perdido. A não-seriedade é difícil para quem tem quinhentos anos de
rabugice, para quem gosta de peso nos ombros, para quem acha que precisa ser
sério para ser levado a sério.
Pensamos que
levar algo a sério é demonstrar consideração/afeto ao mesmo, mas não. Levar a
sério significa cobrar resultados – de nós, dos outros, da vida, de alguém
enfim. Levar a sério implica carregar uma sacola com todos os fracassos e
êxitos referentes àquilo que levamos tão a sério. E levamos tudo tão a sério
que é difícil encontrar alguém sem a coluna e a alma comprometidas. A
não-seriedade é difícil, sobretudo, porque não sabemos o que fazer com esta
sacola. Afinal, ela contém nossos sucessos também.
A não-seriedade
é liberar o riso. Porém, o adulto só pode rir se tiver um motivo, em situações
específicas. Um adulto tem que ser sério; produzir, produzir, produzir, e
cancelar o passeio com os amigos, o cônjuge, os filhos, a mãe, o cachorro, para
ficar em casa trabalhando. “Como posso rir, se a vida é dura, se as contas se
amontoam sobre a mesa, se meu filho é um rebelde sem causa, se o sistema lasca
a todos? Eu não quero parecer um bobo, tampouco um maluco que nem o hospício
quis. Eu preciso ser maduro e equilibrado” – retorquiu o legítimo representante
dos adultos. Será que ser maduro e equilibrado é ser amargo e rijo (leia-se
enferrujado)?
A
não-seriedade é difícil, pois mexe com o que pensamos que os outros vão pensar
de nós. Ah! São tantos nós, atrelados a tantas âncoras, que temos preguiça de
desatar a todos.
A
não-seriedade é fácil. Basta deixar essa tralha toda em casa e ser leve na
vida.
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