sábado, 18 de agosto de 2012

Desaguar



     
 Os beijos se foram. Não, os beijos ficaram. Mas deveriam ter ido, assim como você partiu. Ou deveria ter partido no exato instante em que terminamos.
      Terminamos? Então por que insisto em lembrar-te? Lembrar... Como lembro. Esquecerei um dia? Por certo, mas ainda não.
      Penso em você com carinho. Às vezes, com raiva. A contradição do término. Mas toda contradição se dissipa. Disssipa?
      A mente sabe o que quer. O coração, o que deseja. Eu, embebida n’ambos, entendo o que sinto. Se sinto, é porque senti três vezes mais algum dia. Mas não quero sentir mais. Não por você.
      Esquecê-lo tento. Quanto mais tento, lembro.
      O que me resta é escrever. Desaguar por estas linhas sentimentos evidentes ou marginais para que saiam de mim. Reconheço-os, mas prefiro que partam.
      Pretendo terminar a faxina em breve. Deixar o quarto arrumado e limpo para o novo inquilino. Costurar mais alguns retalhos à colcha para aquecer melhor o Amor, que virá.
      Leve a dor desta saudade com você. Quero ficar apenas com as lembranças boas.

4 comentários:

Poeta da Colina disse...

De tanta coisa para se lembrar o fim é algo pequeno demais. Há muito mais.

António Je. Batalha disse...

Olá , passei pela net encontrei o seu blog e o achei muito bom, li algumas coisas folhe-ei algumas postagens, gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns, e espero que continue se esforçando para sempre fazer o seu melhor, quando encontro bons blogs sempre fico mais um pouco meu nome é: António Batalha. Como sou um homem de Deus deixo-lhe a minha bênção. E que haja muita felicidade e saude em sua vida e em toda a sua casa.
PS. Se desejar seguir o meu blog,Peregrino E Servo, fique á vontade, eu vou retribuir.

Sara Carvalho disse...

Obrigada, meninos.
Antônio, obrigada pelas palavras de incentivo.
Abraço.

Anônimo disse...

entre lembrar e não lembrar, eu prefiro a segunda opção. Mesmo sacrificando assim, as lembranças boas.

É melhor não lembrar de alguém do que lembrar e saber que não se pode ter de volta.

Adorei o texto e o blog!
:*