quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Despedida dos Sóis




      Ela chegou às dezessete horas de um fim de tarde nublado e apático. Chamou pelo parceiro, mas aparentemente ele não havia chegado ainda. Dirigiu-se à cozinha a fim de fazer um lanche e deparou-se com um bilhete amarelo na porta da geladeira. Sua tez adquiriu a mesma tonalidade ao ler seus dizeres:

Cansei de fazê-la feliz e você
não fazer o mesmo por mim.
Adeus!

      Ela releu o bilhete várias vezes. Não podia crer. Ela lhe dava atenção... Bem, nos últimos meses andara bastante ocupada. Mas ela lhe dera presentes caros. O problema era dele se não gostara de nenhum. E agora deixara aquele bilhete ali...
      Foi um adeus seco. Sem romantismo nem drama; sem promessas de mudança ou juras de amor; sem gritos ou lágrimas; tampouco o sexo depois da reconciliação. E ela também secou com a despedida dos sóis. Secou de tanto chorar.

Um comentário:

Poeta da Colina disse...

Amor que te toma é preciso arrancar de uma vez só.