sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dispersão e Saudade


         O pensamento vem. Um não, vários. Inevitável. Quem sabe pudesse conter. Não deu. Ele já chegou. E acomodou as pernas no banquinho defronte ao sofá. Sinto um frio na barriga. Gostoso. Algo cristaliza. Converto-me em sorriso. Um olhar transbordante.
         Nada em especial aconteceu hoje. Depois de algumas horas, qualquer tempo é eternidade para a saudade. Uma vírgula é um texto inteiro. O sorriso vem mesmo assim. Memórias antigas, tão recentes, te trazem para o meu lado. E me distanciam de ti.
         A lua permanece encoberta. Nuvens atrevidas! Anseio o azul limpo. Desnudo. Algumas estrelinhas romperam a escuridão. Abriram um buraco no manto celeste. Eu posso ouvir burburinhos de mais estrelas vindos de dentro do breu. Astros maiores que não conseguem passar pela pequena fissura.
         É dia. A noite ainda não chegou. Espero que as nuvens se dissipem. Está abafado aqui dentro. As janelas estão abertas. O vento que rareou. Não quis mais assanhar meus cabelos. Vai cair uma chuva torrencial. De coisas boas, espero eu.
         O amor existe. Eu sei. Ou talvez suponha. Mas queria ouvir o mar.

Dezoito de Novembro de 2011

2 comentários:

Poeta da Colina disse...

Só a maré vai dizer.

Anderson Meireles disse...

O mar sempre canta a canção que a gente gosta de ouvir!
Abraço!