terça-feira, 7 de maio de 2013

À Mãe





A terra, o chão.
Sustentáculo para os pés, para a casa.
Receptáculo para a semente e os mortos.
Dá a vida e se vivifica com a morte.
Alimenta o homem para alimentar-se dele.
A mãe que gere o filho
E depois se encarrega de seu funeral.
Que acolhe o filho nos braços como Pietá
E, para que sua morte não seja em vão,
Transforma seus restos podres em princípio vital
Para fazer crescer novos brotinhos.
Salve, Mãe!
Dai-me a conformação e o entendimento de teus ciclos.
Vida e morte, não! É vida-morte-vida.
Portanto, quando algo em mim morrer,
Seja uma ideia, um sentimento ou sonho,
Fazei-me semelhante a ti
E dai-me a esperança de vê-los renascer;
Pois, assim como vós, também tenho os meus ciclos.

Um comentário:

Poeta da Colina disse...

É sempre bom pensar no que se planta por aqui.