domingo, 25 de dezembro de 2011

Diálogos Internéticos na Literatura


         A Internet veio. Trouxe a praticidade e encurtou distâncias. Uma maravilha da revolução tecnológica! Mas nem tudo é perfeito.
         Se por um lado o computador e os programas de edição de texto pouparam-nos tempo e alguns dedos doloridos (outrora escravos da velha máquina de escrever mecânica), a Internet tirou toda a poesia dos diálogos com os programas de mensagens instantâneas. Para o dia a dia, confesso ser prático (praticidade é a palavra de ordem), mas para a literatura, perde a cor.
         Como escritora, sou adepta daqueles encontros furtivos, de diálogos sobre a relva ou de frente para o mar. Sim, sou romântica, gosto de romances históricos. Tento preservar sua poesia nos romances contemporâneos.
         Sejamos bem sinceros conosco mesmo, diálogos internéticos transcritos num romance parecem um peixe fora d’água. Além de quebrar o clima do gênero. Transcrevendo-os em forma de narrativa, perde-se o dinamismo de uma conversa. Colá-los exatamente como aparecem na tela do micro é como pôr um adesivo no meio de um desenho feito à mão. Pelo menos é essa a impressão que tenho.
         E cá estou eu escrevendo um romance e me deparo com este tipo de diálogo, sem saber como encaixá-lo de forma poética em minha prosa.
         Fico a pensar: o que será dos novos escritores neste mundo onde os diálogos próximos estão cada vez mais distantes e menos poéticos? A saída será o saudosismo?
         Enquanto a resposta não vem, vou ficar aqui queimando minha criatividade para ver se recebo alguma solução via sinal de fumaça.

Vinte e cinco de dezembro de 2011

2 comentários:

Anderson Meireles disse...

Realmente.. Faz falta o cheiro de papel...
Abraço!

DURVAL MATTA PIRES DE MOURA disse...

Enquanto houverem seres humanos Verdadeiros, existirá a Boa Arte; em formas compostas, insurgentes, erguidas sob a antiga plataforma. Imagino, eu... Eu não abandonei o papel nem o romantismo. Mas, talvez, eu esteja me afastando das coisas do mundo, pois, sinto falta do que eu imagino que um dia existiu, abundantemente, em algum lugar comum à todos os seres. Beijo, prima do Einstein.