Já o amo, mas o amar sucumbirá sem ser amado.
O objeto de afeição, tão puído, esfarelará.
O tinteiro para qualquer ode nunca usado.
As palavras apenas imaginadas
Sumirão do papel que jamais tirei da gaveta.
A árvore, sua mãe, a gestá-lo não chegou.
A ideia nasceu destinada a perecer
Tão logo atingisse a consciência.
Se me ponho a escrever,
Esvai-se a sapiência.
A semente estrangulada é.
A ode que deveria advir destas linhas
Morre sem ser proclamada.
A arte é mesquinha.
Um comentário:
Algumas vezes duvido deste amor autosuficiente.
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