Não sei que sentimento me toma hoje. Ou talvez saiba. Talvez seja uma saudade doída. Daquelas bem bravas que parece dilacerar o coração do homem. Pobre coração imaturo! Ensaia um sofrimento tão desproposital quando não estás aqui. Quando nem em pensamento estás sólido, presente. Minha mente tenta, mas a saudade torna-te tão pueril. Necessito-o em suor e emudecimento. Os pensamentos me escapam das mãos. Devaneios, como água, escorrem por entre meus dedos tortos. Se tudo isso é saudade, nunca senti uma saudade tão gostosa como o fel. Um clarão na noite de um terrível paradoxo. Que queres com esta tua ausência? Extrair uma chuva torrencial na secura de minhas palavras? Pois confesso-te que consegues. Nada consigo fazer além de escrever palavras secas e úmidas. Verbetes ousados que desmentem a felicidade fingida. Os mesmos verbetes os quais manipulo numa tentativa fracassada de persuadi-lo de que estou bem. Mas tende certeza: se estas palavras cristalizam minhas lágrimas em tua presença distante, com quanto mais loucura meu coração saltará aos lábios quando tua ausência tornar-se próxima.
Trinta de Novembro de 2011
4 comentários:
Suas palavras sofrem com você. Espero que as reuna uma saída, uma possibilidade de edificação. Abraços!!!
Pelo rastro de suas palavras, imagino que você está trilhando o seu caminho, autêntico. Lhe digo: assim como em uma viagem, ao longo duma estrada, as paisagens vão se alternando, ao seu tempo. Esteja firme (em alguns instantes, ao menos), registrando as suas impressões, para que o tempo não as apague; e para que outros saibam um pouco sobre a dor e as alegrias, que fomos capazes de notar. Suas palavras possuem a força dos seus sentimentos, Sarinha. E, como disse o amigo Leo Valesi, você irá edificar a sua obra.
Obrigada, meninos, pelo carinho constante!
Dudu, desejo que suas palavras se tornem verdade para nós todos! O mundo precisa de escritores de alma, que risquem os rascunhos de suas experiências e regurgitem seus sentimentos mais humanos para aqueles que tem sede de uma boa literatura; escritores amantes dos verbetes, letras, parágrafos ou estrofes, e não os que almejam vendas lucrativas de trabalhos que não conversam com a alma do leitor.
Eu acredito nessas palavras.
Postar um comentário