domingo, 9 de outubro de 2011

Úmido

Um textinho que escrevi em parceria com meu estimado Sandoval Fagundes, o primeiro de muitos (eu espero)! E que dedico especialmente ao meu amigo e irmão mais velho, Anderson Meireles. Que gotinhas úmidas deste texto possam respingar não no teu coração, mas na tua alma. Espero que vocês gostem. Kissus!




         As ideias estão aqui dentro. Posso senti-las borbulhar. É lindo. Não sei como exprimir. Sinto seu colorido e sua energia, mas ainda não consigo vislumbrá-las, pois estão na parte mais funda do lago.
         As ideias estão na superfície do colorido da tua energia. Elas borbulham para dentro de tua imaginação como um lago reflete e traz o céu para dentro de si!
         É uma sensação muito boa. Sinto-me viva. O terreno, antes árido, está úmido. Úmido como não tenho lembrança de já tê-lo visto estar um dia. E se o lago reflete a umidade, se o colorido já tem sua energia e a vida é mais que um efeito, toda lembrança será um mar dentro do sertão.
         Posso sentir a alma vicejar. Ela baila ao som tranquilo do lago. E canta com o vigor de uma queda d'água. Ela tem muito a dizer. Mas não precisa usar palavras para isso. A vida que brota e transborda de seus poros diz todas as coisas mal exprimidas pela fala.
         É incrível como uma coisa tão imensa possa ser tão sutil. É vaporoso, é úmido, escorre por entre os dedos e impregna na pele da alma. É brilhante e lança faíscas através do olhar. E são essas pequenas centelhas que grudam no papel e se convertem em palavras para que o cérebro possa tentar compreendê-las.


Nove de Outubro de 2011

3 comentários:

Anderson Meireles disse...

Lindo, menina... Sem palavras...
Só tenho a agradecer!
Abraço!

DURVAL MATTA PIRES DE MOURA disse...

Show!!!

Poeta da Colina disse...

É mais que raparar nos detalhes, é poder ser.