Confiança. O fio rompeu-se. Onde exatamente não sei. Na infância, creio eu. É lá que vislumbro o início do comportamento egoísta e amedrontado. Passei a esconder minhas coisas de ti. Até as mais irrelevantes. O diálogo tornou-se praticamente nulo. E isso me dói muito. Sempre doeu.
As palavras não são vãs. Eu queria mudar isso. Reverter esta situação de uma vez por todas. Sei lá como. Só sei que não aguento mais este tormento.
Você é a pessoa que eu mais deveria confiar neste mundo. O dever, entretanto, nem sempre consegue ser cumprido. Como neste caso. Eu tenho muito medo de ser criticada, cobrada. Pior: eu tenho medo que me prenda de novo naquela redoma imaginária mais asfixiante do que qualquer calabouço.
Por quê? Por que eu tenho esse medo dilacerante? As lágrimas vêm doídas e salgadas nesse instante. E sempre que penso nisso. Mas não consigo transpor esta barreira. Um medo de origem desconhecida me impede de tê-la como companheira e cúmplice.
Eu não quero deixar esta vida sem tê-la como minha confidente. E eu ainda tenho esperança de que um dia sejamos as amigas que sempre sonhei que fôssemos. Mesmo este bloqueio sendo maior e mais forte do que eu ainda hoje quando escrevo estas linhas.
Tenho muitas coisas para te contar, coisas que já aconteceram e as que ainda vão acontecer; todos os textos que escrevi e aqueles que o Universo ainda me reserva quero te mostrar.
Vinte e Nove de Outubro de 2011
Um comentário:
Talvez sejam palavras demais.
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